Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial: Pressão Alta é um dos maiores fatores de risco para a Fibrilação Atrial

Cardiologistas da SOBRAC alertam que o AVC, a principal consequência da FA e da pressão alta, é a segunda maior causa de mortes em todo mundo

No Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial (26/4), médicos da SOBRAC (Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas) alertam para os riscos da pressão alta para a saúde cardiovascular, uma vez que a hipertensão pode desencadear doenças cardíacas, como aumento do tamanho do coração e alterações na sua função de “bomba hidráulica”, tornando-o insuficiente. Uma das mais frequentes consequências é a Fibrilação Atrial, arritmia cardíaca mais comum observada na população mundial. A pressão alta causa essa arritmia devido a alteração estrutural e elétrica do músculo cardíaco e ao aumento na pressão nos átrios.

Segundo a cardiologista e presidente da SOBRAC, Dra. Denise Hachul, o AVC (Acidente Vascular Cerebral) pode ocorrer em consequência da pressão alta e da fibrilação atrial, e ressalta que é a segunda maior causa de mortes em todo mundo. “O AVC pode estar relacionado à hipertensão, quando esta provoca ruptura dos vasos sanguíneos, ocasionando hemorragias ou acidentes vasculares cerebrais hemorrágicos. Quando o paciente apresenta fibrilação atrial, a perda da atividade mecânica atrial, consequente a essa arritmia, propicia uma certa estase sanguínea, o que aumenta o risco da formação de coágulos no interior dos átrios. Os coágulos podem se desprender e, pela corrente sanguínea, entupir as artérias cerebrais, causando isquemia – AVC isquêmico”, explica a cardiologista.

A Fibrilação Atrial é um subtipo de arritmia cardíaca muito comum, caracterizada pelo ritmo de batimentos rápidos e irregulares dos átrios do coração, com incidência de 2,5% da população mundial, o equivalente a 175 milhões de pessoas. Acomete, principalmente, a faixa etária acima dos 65 anos ide idade. Com o envelhecimento da população mundial e brasileira, estima-se que os casos desta arritmia podem ser elevados em até 10% nos próximos anos. Vale lembrar que, até 2050, 30% da população brasileira estará com 60 anos de idade.

Para Sillas Galvão, cardiologista e vice-Presidente da SOBRAC, a prevenção deve começar desde cedo, através de hábitos saudáveis, dieta com pouco sal e combate ao sobrepeso, além de cuidados com a saúde emocional. “O estresse, tanto físico como emocional, eleva a pressão arterial, refletindo na saúde e na qualidade de vida da pessoa”.

A Fibrilação Atrial acontece em duas fases. Na primeira, a doença é silenciosa; na segunda, apresenta sintomas irregulares. Nessas etapas, a dificuldade dos médicos é identificar os indícios e avançar com os tratamentos corretos para controlar os riscos. Se identificado e tratado correta e previamente, o AVC é altamente evitável.

Como reforça Silas, é preciso ficar atento aos sintomas, que envolvem palpitação cardíaca, desmaios, tonteira, falta de ar, mal-estar, sensação de peso ou dor no peito, fraqueza, fadiga, por exemplo.

“O diagnóstico da Fibrilação Atrial, antes da ocorrência da primeira complicação, é peça fundamental para prevenção de AVC. Pacientes acima de 65 anos devem realizar a palpação regular do pulso, a fim de aumentar a chance de detecção da arritmia, muitas vezes silenciosa”, explica Dra. Denise Hachul.

Os cardiologistas da SOBRAC alertam ainda que, mais do que tratar, deve-se ter atenção aos níveis da pressão arterial – considera-se hipertenso indivíduos com índices iguais ou superiores a 14/9¹. Nesses casos, a recomendação é que se procure um cardiologista para o acompanhamento periódico e, sempre que necessário, iniciar o tratamento mais adequado.

(¹)Pressão sanguínea das batidas do coração, sístole e diástole, medida em milímetros de mercúrio (mmHg): 140mmHg por 90mmHg, comumente abreviada para 14 por 9.

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