Desafio Eletrocardiográfico

Ritmo irregular, qual o diagnóstico?

Autores: Cristiano Dietrich / Muhieddine Chokr

O Caso

Paciente de 81 anos chega ao pronto-socorro com queixa de dispneia aos mínimos esforços iniciada há 8h, sendo realizado o registro eletrocardiográfico (figura 1). História pregressa de HAS compensada com enalapril 20mg/dia e clortalidona 12,5mg/dia. Ao exame físico da admissão, adequado nível de consciência e sem déficits motores, PA 124/72mmHg, FC 160bpm, AC ritmo regular em 2 tempos, boa perfusão periférica e AP com MV bem distribuídos e sem estertores, oximetria c/ SpO2 de 96%.

Figura 1: ECG

Qual a hipótese diagnóstica mais provável?

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Discussão:

Resposta E

A paciente chega ao pronto-socorro com limitação da capacidade funcional, que levanta a hipótese de ICC recente. O ECG demonstra uma taquicardia persistente com necessidade de abordagem para controle do ritmo x FC. Pela estabilidade clínica, foi optado pela administração de bolus de adenosina (6mg) com demonstração do efeito na figura 2.

Figura 2: adenosina provocando bloqueio atrioventricular de alto grau com demonstração da onda F de flutter atrial com condução atrioventricular 2:1.

Pela análise do ECG apresentado na figura 1, demonstra-se uma taquicardia com FC entre 150-160bpm com padrão intermitente de bloqueio de ramo esquerdo, que poderia ter uma origem supraventricular ou ventricular. Primeiro, analisando o ritmo, verifica-se a inscrição de atividade atrial entre dois complexos QRS (sobre o seguimento ST) e uma segunda onda P coincidindo com a ativação ventricular (complexo QRS). Em seguida, a avaliação do padrão do BRE demonstra uma origem supraventricular com padrão intermitente de bloqueio da condução pelo ramo esquerdo do feixe de His: 1) presença de padrão RS nas precordiais; 2) intervalo RS<100ms; e 3) critérios morfológicos (padrão rS em V1 com duração de R<30ms e intervalo RS<60ms, e padrão R em V6 – figura 3).

Diagnóstico final: taquicardia atrial (flutter atrial típico) com aberrância de condução intermitente (BRE).

Figura 3


Referência bibliográfica

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